domingo, 10 de agosto de 2014

CONJECTURAS ECONÔMICO-MARXISTAS DILETANTES

CONJECTURAS ECONÔMICO-MARXISTAS DILETANTES

Uma das contradições básicas do capital insere-se na contraposição entre seus processos, respectivamente, de produção e de circulação.

Para o primeiro processo, o ideal seria que o tempo de circulação fosse tendencialmente nulo, isto é, igual a zero, de tal sorte que a cada aumento da composição orgânica do capital, com a correspondente queda da taxa de lucro industrial, deveria corresponder uma diminuição do tempo de circulação para arrostar esta última consequência (queda da taxa de lucro), mediante o aumento da massa de mais-valia obtida no mesmo lapso temporal.

Para o segundo processo, o ideal seria que o valor da mercadoria fosse tendencialmente igual a zero e o número de mercadorias individuais tendencialmente infinito, como forma de maximização do lucro comercial e diminuição do tempo de estoque.

Disso resulta que o processo de produção de capital necessita da anulação do tempo do processo de circulação respectivo, ao passo que este necessita da anulação do tempo de produção, o que explica que as revoluções tecnológicas bem sucedidas afetem ao mesmo tempo os processos de produção e de circulação de capital, diminuindo simultaneamente seus tempos de manifestação.

Tal singela e incipiente conjectura deve ser demonstrada nas formas empírica e teórico-matemática.

(por LUIS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, procurador federal e historiador pela USP)

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