Desde o advento da burguesia industrial, o Estado destaca-se da sociedade civil, como ensina Gramsci, sendo certo que os partidos políticos burgueses atuam somente na instância do aparelho burocrático-militar, deixando intactas as relações de produção, especialmente a propriedade privada dos meios de produção no seio da sociedade civil.
O partido da classe trabalhadora, ao contrário, atua nas duas instâncias, sociedade civil e Estado, devendo abrigar em seu âmago os burocratas (que atuam no aparelho burocrático-militar) e os comunistas (que atuam na sociedade civil). Os primeiros devem garantir as condições militares e de força para que os segundos, comunistas, preparem a transformação social que dará acesso da classe trabalhadora aos meios de produção.
Por isso é que, quando o partido da classe trabalhadora alcança democraticamente o poder estatal, ele deve cindir-se, sem perder a unidade, em governo (burocratas) e comunistas (partido), sendo que estes devem preparar a greve geral (Rosa Luxemburgo), que contará com o apoio dos primeiros, a saber, do aparelho burocrático-militar, que apoiará a greve geral.
Luis Fernando, gostei do seu texto!
ResponderExcluirGostaria de fazer o seguinte comentário: "De acordo com Eric Hobsbawn, o estado não pode apoderar-se dos meios de produção sem transformar a economia do país em um "capitalismo de estado", que, de acordo com o próprio historiador, foi o que ocorreu com as experiências comunistas até hoje. Penso que deve haver incentivo à criação das comunidades e suas cooperativas e valorização da "mais-valia".
Abrs para você e todos aí!
Muito obrigado, primo, forte abraço!
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