Temos de um lado o racionalismo absoluto de Hegel, para o qual o real é racional e o racional é real, caudatário do solipsismo tipicamente cartesiano; e de outro o determinismo absoluto caro aos estruturalistas, como Lévi-Strauss e Althusser, em que razão e liberdade ocupam espaço praticamente nulo.
A meio caminho desses dois extremos queda a psicanálise de Freud, que divisa o processo diacrônico e dinâmico entre razão e inconsciente, conquanto remanesça adstrito ao estudo do indivíduo.
Mister se faz, pois, estudar a dinâmica diacrônica da relação social e histórica entre os processos eminentemente inconscientes e estruturais, de um lado, e os processos racionais de outro, sendo certo que o lastro teórico de tal investigação deva ser, por suposto, o materialismo histórico, que descortinou pioneiramente o movimento histórico das ideologias sociais na obra "A ideologia alemã".
Estou plenamente convencido de que, consoante tal lastro teórico, há uma tendência histórica bastante evidente pela qual o pensamento racional vai gradativamente tomando espaço dos processos inconscientes e estruturais, até um determinado momento em que as relações de produção e as forças produtivas apresentarão certo nível de desenvolvimento que permitirá um elevado grau de controle dos indivíduos livremente associados sobre seu modo de produção e seu devir histórico, modo de produção este associado ao advento do comunismo em escala mundial.
(por LUIS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador)
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