Em razão de certa polêmica suscitada pela publicação precedente, farei uma tentativa de ilustração para o caso específico do décimo capítulo do livro primeiro de O Capital de Karl Marx.
Nesse diapasão, digamos que o valor vigente para determinada mercadoria seja de dez libras e que um capitalista inovador pioneiro consiga, mediante introdução de nova técnica de produção, reduzir o tempo de trabalho necessário para produzir tal mercadoria, de sorte que seu "valor" seja reduzido, para esse capitalista específico, para uma libra: esse capitalista venderia então sua mercadoria por, digamos, três libras e assim, além de derrotar a concorrência, auferiria uma vantagem de duas libras em relação ao "valor" de uma libra com que consegue produzir tal mercadoria.
Isto está em parte incorreto, porquanto, no momento em que o capitalista pioneiro consegue produzir sua mercadoria pelo tempo de trabalho correspondente a uma libra, o valor vigente de tal mercadoria reduz-se, pois esse "valor" de uma libra do capitalista pioneiro passa a integrar a média social, empurrando-a para baixo, de tal maneira que a vantagem de tal pioneiro também é empurrada para baixo.
Não sei se fui exitoso em esclarecer tal ponto de controvérsia, mas era o que tinha a dizer.
(por LUIS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador)
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