Segundo Karl Marx, o trabalho humano abstrato é aquele que atribui valor à mercadoria.
É mister suscitar que a abstração do trabalho humano aprofunda-se em consonância com o desenvolvimento histórico da divisão do trabalho, de tal sorte que o trabalhador depende cada vez mais da sociedade para prover a si próprio, na medida em que fica cada vez mais distante de produzir para seu próprio sustento.
Nesse diapasão, distinguem-se alguns níveis históricos de abstração do trabalho humano, a saber:
1) Ausência de divisão do trabalho: o trabalhador produz todos os artigos necessários para o próprio sustento;
2) Divisão social do trabalho: o artesão produz uma mercadoria completa com meios de produção próprios;
3) Divisão do trabalho na fábrica: o trabalhador assalariado produz partes de uma mercadoria, mas esta é feita integralmente na respectiva planta fabril;
4) Globalização atual: o trabalhador assalariado produz parte de uma peça feita na respectiva planta fabril, a qual não produz a mercadoria na sua integralidade, mas apenas uma peça sua.
Destarte, nesse caso a abstração do trabalho indica quão distante resta o trabalhador de prover a si mesmo com o produto do próprio trabalho, sendo paulatinamente mais dependente da sociedade, no caso, capitalista.
(por LUIS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA)
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