Há uma aporia bem evidente na teoria marxista do valor, constante do livro primeiro de "O capital", que poderia ameaçar a consistência da mais-valia, sendo certo que já expus tal paradoxo em pequeno artigo publicado na revista "Mouro" número 8, de dezembro de 2013.
É o seguinte.
A mais-valia absoluta pressupõe a compra e venda de uma mercadoria singular, a força de trabalho.
Ocorre que a força de trabalho é um dado da natureza, e não o produto do trabalho humano, logo não encerra valor e, portanto, não pode figurar como mercadoria a ser vendida e comprada.
A solução de tal aporia está, se bem compreendi, na própria obra de Karl Marx, sendo certo que parte dela eu também já expus no artigo acima referido.
Mais detalhes sobre tal aporética estão por vir, mas aguardo de bom grado eventuais críticas, comentários e sugestões.
A marxista feminista alemã Roswitha Scholz desenvolve o conceito de dissociado do valor. Acredito que ela revela, na esteira de Rosa Luxemburg, como o "exterior" faz parte do processo imanente de formação, diferenciação e reprodução do capital. Ou seja, a mulher é a principal responsável pela formação da força de trabalho e amplia, por isso, o trabalho não pago.
ResponderExcluirMuito interessante sua contribuição João Trocken, com supedâneo nela é mister encetar uma distinção entre força de trabalho manual e força de trabalho intelectual, cujos valores devem ser distintos, porquanto também distintos os tempos de trabalho necessários para sua produção e reprodução, valeu camarada!
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