Tomo a liberdade, com todo o devido respeito, de alinhavar duas singelas notas sobre o instigante e esmeradamente documentado artigo intitulado "Teoria do valor tupinambá: o lugar da natureza nas ideias econômicas", de autoria de Jorge Caldeira e publicado no jornal "Folha de São Paulo" aos 31 de maio do ano corrente:
1) Nas sociedades indígenas do Brasil pré-colonial, inclusa a tupinambá, predominava o modo de produção comunista primitivo, em que a terra, meio de produção natural (a saber, que não é fruto do trabalho humano) e característico de tais sociedades, figurava como propriedade coletiva da tribo, inexistindo propriedade privada dos meios de produção, de tal sorte que a consideração com as gerações vindouras da tribo consistia em elemento inerente à manutenção e preservação de tal propriedade coletiva tribal.
2) O comunismo avançado, consoante concebido por Karl Marx em textos como "A ideologia alemã" e "O manifesto comunista", consiste em modo de produção que superará o capitalismo e cuja característica mais evidente é a propriedade coletiva mundial (ou seja, de toda a humanidade) dos meios de produção, sejam eles naturais ou já fruto do trabalho humano, de tal sorte que a consideração com as gerações vindouras de toda a humanidade será um elemento inerente dessa sociedade, do que se dessume que a preservação da natureza figurará decerto como imperativo do planejamento econômico de jaez mundial.
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