sexta-feira, 19 de março de 2021

JOHANNES BRAHMS, OU MEMÓRIAS DE UM PASSADO NÃO VIVIDO?

Concedo-me com galhardia a licença quase poética de digredir sobre bagatelas e platitudes, então parto de duas premissas, a saber:

1. Desconheço quase por completo a origem de meus antepassados, conquanto saiba, com algum grau de certeza, que uma trisavó era originária da Alemanha e se estabeleceu em Minas Gerais, sendo certo que ostentava o prenome de Bárbara Maria Eugênia;

2. Nada obstante, estive na Alemanha em uma única ocasião, visitando muito brevemente a cidade de Frankfurt;

3. Não sei quase nada sobre neurociências. 

Dadas tais premissas, indago-me as razões pelas quais padeço de uma compulsão irrefreável pela audição da música de autoria do compositor hamburguês Johannes Brahms, que me evoca invariavelmente a memória de um passado não vivido em alguma aldeia alemã incrustada na Floresta Negra em pleno século XIX, lembrança esta que, conquanto bastante ofuscada e opaca, conduz-me não raro às lágrimas, por vezes copiosas, numa comoção intensa e aparentemente inexplicável.

Em minha ignorância, atribuo tais memórias a alguma herança genética capaz de evocar vivências de antepassados muito remotos que não conheci, então indago aos estudiosos: esta hipótese exibe-se plausível em alguma medida? Ou configura meros ditirambos pindáricos?

Em tempo: minha companheira é de ascendência germânica e também sou fanático pela culinária dessa região (dizem que, nas pobres terras alemãs, as únicas coisas que vicejam e frutificam são porcos e batatas!)

(por LUIS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA)

         

    

 


   


    

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