segunda-feira, 22 de agosto de 2016

HIPÓTESE SOBRE TEMPO HISTÓRICO E AMPLIAÇÃO DA NOÇÃO DE DURAÇÃO.

O grande historiador francês Fernand Braudel costumava, como é cediço, fragmentar a história humana em curta, média e longa durações, sendo certo que, a nosso sentir, neste último caso, a história humana de longa duração foi descortinada pela primeira vez mediante a descoberta da lógica da sucessão dos modos de produção por Marx e Engels, com a qual inauguraram o materialismo histórico. 

Mas como pode o indivíduo humano, na qualidade de sujeito cognoscente e adstrito, por evidente, à duração de uma vida, apreender pelo intelecto uma duração que exorbita o tempo dessa mesma vida?

Dir-se-á com os marxistas, no caso da longa duração da história humana, que o advento do proletariado e seu estudo, enquanto classe social portadora da possibilidade de superação do capital e, assim, da pré-história da humanidade (ver publicação anterior neste blog), consiste no fator que abre as portas para o conhecimento de toda essa pré-história humana, ou seja, de toda a lógica da sucessão dos modos de produção que antecedem a futura revolução proletária, a qual instaurará o comunismo em escala planetária. Isto porque, consoante o próprio Marx, "a anatomia do homem é a chave da anatomia do macaco", vale dizer, o advento do proletariado, subjugado pelo capital, descortina todas as formas de dominação social de classes nos modos de produção precedentes.

Mas o que dizer quanto a durações ainda mais longas, que exorbitam a história humana, como nos casos da história das espécies vivas (história natural) e da história dos corpos celestes e do próprio universo, anteriores ao homo sapiens

Em uma primeira aproximação desse objeto de epistemologia, peço licença para remeter meus caros leitores a outra publicação neste blog, intitulada A dobra, em que me socorro das teorias de Jean Piaget.

Todavia, em uma próxima publicação neste blog, por seu turno, quem sabe, poderemos aprofundar o tema de forma mais conveniente, vale dizer, poderemos revisitar o problema da ampliação da duração no conhecimento do tempo histórico. 

(por Luis Fernando Franco Martins Ferreira, historiador)        

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