sexta-feira, 16 de maio de 2014

EDWARD HOPPER

Para Edward Hopper


Cenas banais e comezinhas
De realismo pictórico insidioso e enganador
Engendram estranho desconforto
Com paisagens urbanas desérticas
Em ambientes fantasmagoricamente desabitados
Como uma cidade devastada por hecatombe
Que aniquilara os habitantes
Mas poupara os edifícios
Onde agora medram espectros e quimeras
Que aterrorizam o espectador
Pelo insuportável solipsismo
Das personagens que remanesceram
Teratologicamente confinadas
Em sua assombrada incomunicabilidade

(por Luis Fernando Franco Martins Ferreira)

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